terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Tombo maior do que a queda

Quando notou já estava no chão, ali sozinha. Sem entender muito bem, chorou, levantou, ajeitou o vestido rasgado e caminhou... ainda sem rumo; fez o que tinha de ser feito.
O pior da queda é a sensação de impotência.
O joelho nem fica marcado a vida toda, pode ser que nem tenha alguém na rua, mas a gente chora. Por dentro ou por fora.
É que lágrima em lágrima se cria uma ferida e um problema diferente.
A gente cai e volta pra casa de um jeito novo. Não distorce mais as coisas, enxerga melhor.
Há quem chegue em casa e tenha de mudar à força tamanho o susto que leva.... a vida já não é mais a mesma!
Quem vive lá é a dúvida; quem sai é você.
Não era para ser uma história bonita de filme. Era só para ser uma história qualquer, como aquelas outras, iguais as demais.
Sem declarações apaixonadas, de amor velado. Sem cor, nem tamanho. Era só invenção.
Nem adianta se perder porque não foi história; foi conto. Daqueles descabidos que não valem as lágrimas de um tombo mal caído. Foi só bobagem.
Se chorar, soluça pouco; se sofrer não desespera o coração. Se doer, suporte e, se nada disso funcionar, faz um trato com a vida: cada um no seu lugar.

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