segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Linha guia

Eu tenho um defeito. Tem meu nome, meu formato e pesa duas vezes mais do que posso carregar.
Eu tenho um defeito. É inconveniente, mais ousado do que eu; responde por mim.
Eu tenho dois defeitos. Na verdade tenho três.
Eu tenho dois defeitos curáveis, quase imperceptíveis, não dá para ver se não souber me enxergar a alma.
Eu tenho um defeito. É massa cinzenta em cima da minha cabeça; embaraça as vistas, faz chorar.
Eu tenho dois defeitos bobos. Não ferem ninguém além de mim.
Mas, eu tenho um defeito. Grave, grande, grotesco, grosseiro; grita e corta. Sobrevive
Eu tenho dois ou três defeitos. Prisioneiros de mim desde sempre. Comem o meu juízo; todo ele.
Eu tenho um defeito. Foge, mas sempre volta. Morre, renasce, recria, reproduz; acaba?
Eu tenho um defeito só meu.

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