quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Agora sei


Esse pranto já não cessa mais.
Lágrima que cai no rosto, umedece o solo.
O brilho que tens nos olhos é esperança, alegra.
Terra quente. Aquece o coração, outrora seca a vida.
Cerra os punhos, põe em guerra. Oração.
Rogai por nós e se fazeis num descuido da agonia, brilha. Trilha o caminho de poeira e céu.
Severo é o rachar da alma. Severo é o esforço.
Nascer interrompido num raio de luz.
Riqueza que nasce lá, desemboca em rio de amarguras.
Não és feito de tristeza. Teu sorriso é correnteza. Fugaz.
Não és feito de alegria. Teu choro é solitário, não se nota.
Agora sei que em ti a terra é boa. Tem fartura, é só amor.
Entregue ao acaso, entrega-me teu ser. É tudo.
Teu solo é fértil. Vida que retribui.
Morte que cede. Sede.
Da alma, do amanhã que não chega, sobrevive.
Do rigoroso pesar; desnecessário. Necessidade.
Adiante, siga cantando a canção dos fortes, o brado dos invencíveis, carregando a pureza dos nobres.

Ao meu querido, breve e inesquecível amigo, João Severo. Obrigada :)



quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Sim

Já fui metade medo e metade amor.
Penso em ser inteira medo, me vejo amor. Sem conexão.
Tento ser inteira amor e me perco no incerto.
Na minha insanidade tudo o que vejo são traços paralelos e uma vontade incontrolável de ser um pouco de cada um. Sintonia que nunca existiu.
Não a vejo nas contas exatas, nas coincidências, nem na intuição.
Onde mais poder haver sintonia, se não nos desencontros do óbvio?
Vai além do perceber do agora, não se rende ao tempo.
É  desordem da ordem no surgir de um novo nós. Não se limita em notar o gostar. Se expande no sentir da aflição e no despertar das insignificâncias.
É porto seguro das angústias e o sorriso guardado na lembrança.
De manhã é primavera, a tarde divaga em flores.
É garganta seca no afogar das mágoas. Um refúgio, não.
Cumplicidade selada à pulso firme, doa a quem doer, mas não dói.
É brisa leve de fim de tarde, pôr do meu sol no nascer do seu.
Não é simples, só se detém na pureza do existir. Em lados opostos sem ser, conta diferenças sem ter...
De sintonia quem entende é a injustiça.
Enxerga no escuro o que não se pode ver. Sem simplicidade nem nada; existe.
O que habita aqui é parte do que não sou quando só.
Somos mais de um em essência, fora do corpo e do mundo. Só mais uma vez, e outra...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Tem um portal na janela do meu quarto


Quando digo que há um portal na janela do meu quarto, me refiro àquela vez que pensei que pudesse...
Lá tem um portal, mas tenho medo de me aproximar. Só de pensar, sinto calafrios. No inverno e no verão.
E se chove, fica ainda mais assustador.
Porque do outro lado pode ter o que não gosto. Pode ser mais frio do que aqui...
De repente é melhor do que aqui. Posso não voltar. Posso ficar encantada, com feitiço de pó de lucidez.
E se tudo ficar claro? E se eu não mais puder me enganar, como será?
Já cheguei bem perto dele, é verdade. Sempre chego. Mas a lâmpada do meu delírio nunca acende.
Se a janela ficasse aberta, talvez eu fosse sem querer...
Bom mesmo é ser e não ser; não ir sem ficar.
Lá tem cheiro de susto e cara de portal.
Não posso ver o que eu nunca quis. Essa passagem é minha. Foi aberta num passo a passo confuso de pés inquietos.
Ah se eu pudesse chegar lá.... o conto seria do avesso, com trilha sonora de filme de ficção.

Sede

Se é dia ou se a noite é dona do céu, tanto faz.Viveu sem conhecer a vida, mas não morreu.
Fez dos dias, cálidos, gélidos, mas não sofreu.
Não teve fé, nem duvidou. Se fez num acúmulo de erros e poucos acertos, fazendo história como ninguém.
Se fora é claro, dentro tem nome de breu e não cessa.
Se de longe se ausenta, de perto toma forma.
Não teve medo do efeito, se fez de viver do talvez sim. Talvez não.
Pouco viu a luz do dia, nem quis enxergar o tamanho da estrada. Tanto faz.
O que importou não importa mais, foi de tudo enfraquecendo, sem sentir.
Esteve onde quis, se fez do que quis. Puro arrependimento.
É no tardar do agora que se deseja o que não teve. Se foi.

1, 2, 3

O barulho que ouvi vindo lá de fora era a chuva forte que caía incessante.
Continuei deitada olhando para o teto, esperando chegar na testa o primeiro pingo da goteira que se formou.
Na idade média isso era tortura e ouvi dizer que  podia até enlouquecer alguém.
Fiquei por lá umas cem gotas, e cada uma que caía me remetia uma nova lembrança, bem rápido. Era um teste.
A princípio relembrei minha infância e todas aquelas bobagens lindas de criança que ficaram para trás.
O Nino (meu cachorro de pelúcia) eu trouxe comigo, e aquele vestidinho branco rodado também.
Queria mesmo era ter trazido o macacão jeans que virou música de tanto alegrar as tardes quentes do interior de São Paulo.
O Cheetos bola e as garrafas de Sprite também não vieram, mas carrego aqueles açúcares e gorduras bem localizados na minha barriga rs
Enfim, as gotas subsequentes me trouxeram uma adolescência turbulenta, e duas ou três gostas depois, veio o sorriso da minha mãe, meu avô tocando violão, minha avó fazendo pirulito de açúcar queimado.
Se lembrança tivesse cheiro, as minhas seriam sempre de calda de açúcar caramelado...
Muitas outras gotas depois cansei de me lembrar e passei a imaginar.
No teto, a gota se formava, caía na testa, fazia um buraco (sem sangue nem nada), varava o travesseiro e a cama, passava pelo chão. Umedecia a terra e levava um pouco do meu pensamento furado .
Foi assim até preencher o caminho aberto com chuva.
A terra se fazia dos meus segredos e contava para todo mundo o que eu queria esquecer.
Meu sono se fora ali, naquele mar de chuva. Fiquei acordada, esperando o dia nascer....
O mundo que vi de manhã era o meu, esse que a terra fez brotar.
Mas, anlisando bem, isso tudo seria muito louco, quase sem sentido.
Meu mundo cabe em mim e já me basta. Parece que tudo se encaixa, mesmo nos lampejos do meu pensamento furado.
Eu gosto mesmo é de guardar, não expor.
Até porque essa coisa genial de imginar só tem vida se não ganhar uma.
De gota em gota vou virando gente rs

Preciso ser mais engraçada

http://www.clivebarker.info/melancholic.html

Melancolia das boas tem tom reflexivo, não dispersa.
Parece nuvem, sonho. Parece passado entalado na garganta, dispersa.
Esboço um sorriso que, de amarelo não tem nada, convence. E, de mim mesma quem entende sou eu.
A festa que acaba lá fora, começa aqui dentro, com um convidado só.
Posso ser o que quiser, apenas ser.
Porque pensei: Do que adianta o brilho se a luz está acesa? De onde vem o riso se o coração endureceu?
Respondi que o riso vem da vontade de não chorar, me convenci.
Vem do último suspiro doloroso, e da falta de explicação.
É certo que venha dos devaneios de sobrevivente, ou do querer da vida.
Quem sabe vem do desespero, em forma do grito que ainda não ecoa.
Acho graça na raiz do riso torto, desajeitado.Sem querer é a solução, alívio! Mas velado.
Não chega a ser angústia. Beira insatisfação, passa.
Reparando bem, esse caminho sem fim até que tem um pouco de graça...
Quando começa não para mais. Haja riso!... Descabidamente convincente.
Preciso ser mais engraça para não ser contramão, nem sonolência. E, para não me perder na volta, nunca quis. Também para deixar de ser preto e branco no colorido exuberante que não vejo aqui.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Tombo maior do que a queda

Quando notou já estava no chão, ali sozinha. Sem entender muito bem, chorou, levantou, ajeitou o vestido rasgado e caminhou... ainda sem rumo; fez o que tinha de ser feito.
O pior da queda é a sensação de impotência.
O joelho nem fica marcado a vida toda, pode ser que nem tenha alguém na rua, mas a gente chora. Por dentro ou por fora.
É que lágrima em lágrima se cria uma ferida e um problema diferente.
A gente cai e volta pra casa de um jeito novo. Não distorce mais as coisas, enxerga melhor.
Há quem chegue em casa e tenha de mudar à força tamanho o susto que leva.... a vida já não é mais a mesma!
Quem vive lá é a dúvida; quem sai é você.
Não era para ser uma história bonita de filme. Era só para ser uma história qualquer, como aquelas outras, iguais as demais.
Sem declarações apaixonadas, de amor velado. Sem cor, nem tamanho. Era só invenção.
Nem adianta se perder porque não foi história; foi conto. Daqueles descabidos que não valem as lágrimas de um tombo mal caído. Foi só bobagem.
Se chorar, soluça pouco; se sofrer não desespera o coração. Se doer, suporte e, se nada disso funcionar, faz um trato com a vida: cada um no seu lugar.

Ela dama, eu vagabunda




Preferi não levantar de manhã, tive vergonha. Mais dela do que de mim, é verdade.
Optei por ser mais ácida, fingir nunca foi do meu feitio. E, embora meu grito tenha sido para dentro, fiquei em evidência sem querer.
De um lado a vida floriu até os cabelos. Do outro, pôs fogo.
Engraçado como a flor secou e o fogo virou luz. Ela dama, eu vagabunda, quem se habilita?
De sorriso em sorriso fez uma gargalhada provocantemente insosa; patético.
Discordando de tudo, batendo de frente com qualquer coisa, fez uma casca grossa, insuportavelmente isoladora; patético.
Se alimentou de bom-senso, vomitou insegurança na noite fria, sozinha.
Diz não ter medo da vida e se refugia na história de outra.
Aproveita, se aproveita. Engana-se de coração aberto e sofre mais do que todo mundo, afunda.
Ela dama, eu vagabunda. Algum qualquer se habilita?
Se eu me fartei em conversas vazias, preenchi o espaço que não é mais seu. Fiz piada, sorri.
Se eu me fartei em ingenuidade, escrevendo a história do meu jeito. Mantive bons costumes, caí.
Ser sem não ser custa caro. O que não custa nada é ser o que não quer; vale a vida.
De manhã, preferi levantar da cama. E, se tive vergonha foi dela, não de mim, é verdade.
Optei por ser ainda mais doce, ainda que exagere no que posso mostrar de bom.
E embora meu grito tenha sido para todo mundo ouvir, não fiquei evidente o quanto queria.



terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Cometa

Pensei em comprar um presente, mas quando vi já era passado. E, como passa rápido!
Um dia é vento, noutro verão.
Às vezes me perco, me esqueço e volto a ser ingenuidade, com exagero e densidade.
Não me lembro que viver é rápido, que cantar é bom e que amar é tropeço.
Um dia quis perder a memória e ouvi até um " sei bem como é"... será que todo mundo já quis um dia?
Acordar de manhã e esquecer do que sabia?
Levantar no escuro e notar que era dia?
Olhar no horizonte e sentir que sorria?
Pensar em tristeza e ouvir melodia?
A verdade é uma só: eu tenho um sonho do tamanho do mundo, e como passa rápido!
Eu fiz um plano só, e como passou rápido!
Pisquei e já não era mais um plano; era um traçado torto numa linha reta. Bem assim.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Bebeu água doce, virou beija-flor



                                                                     









Aperta os olhos, fixa distante, avista cor.
Um pouco de descuido e o amanhã vira amor.
Usa o  mais sincero para chegar sem sentir dor, rancor
Um pouco de clareza, de perto nada é igual.
Habilidoso, marca o tempo, desembaraça.
Um pouco de leveza e o pouso vira coreografia.
Um pouco de distância e o coração encena.
Muda o rumo, passa a morte, passa o céu, passa o chão
Não vê que o preço da vaidade é se perder?
Acena.
Um pouco de desejo e o longe fica perto
um pouco de ânsia e o mundo, incerto
Não tem flor, nem passarinho,
um pouco de alegria e vida parece que é boa. À toa.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Entre ela e o nada, um tratado

Sempre divaguei na esperança de um dia tornar estática, reorganizar e poder mostrar o que sou.
Decidir que meu tempo não seja mais paralelo. E também não sufocá-lo em devaneios.
Mas, amanhece o dia, a hora passa e o tempo muda de figura.
Quando criança, achei que pudesse materializar meu mundo. Aí cresci e descobri que posso. Então, todas aquelas histórias que  fantasiava e escrevia ganharam cor e personagens reais, incrível!
Tudo continua igual porque talvez tenha parado esse tal tempo. Confesso que não foi tarefa fácil.
Quando tudo contradizia minhas ideias, eu brigava por elas. Quando deixava de acreditar, renasciam.
Retomei cada pedaço de texto, encontrei o sentido e a mensagem que tem lá e bradei (para mim): "Não deixarei que os pensamentos morram em mim!".
Soa heroico, dá até vontade de rir. Mas, engraçado mesmo seria continuar falando sim, pensando não; seguindo em frente, sem pé no chão.
Pé nas nuvens, de uma em uma. Às vezes pisa fundo, quase cai. Depois se levanta e flutua.
Se olhar para baixo, tenho medo de altura, "Olhe para cima, Uuka!", dizia minha mãe, ou meu pai. Não me lembro.
Uma vez fiquei parada na ponta da escada rolante, vendo minha família subir. Não sei porque tive medo de acompanhá-los, fiquei confusa. E, quando já não podia mais ficar lá em baixo, tomei coragem e pisei no degrau.
Aventura pouca, mas parei meu tempo para pensar no que fazer.
Fiquei habilidosa... qualquer sinal de confusão, parava meu tempo e como num jogo qualquer, mexia as peças e continuava. Fiz um trato, sem sangue nem nada, prometi. Mas pacto de uma pessoa só logo se perde.
O tempo sacou meu lance e começou a sacanear.
Pára minha vida, mexe as peças, troca sentimentos, coisas e pessoas de lugar e recomeça.
Mexe com as palavras, antes mesmo de saírem da boca e desorganiza tudo ao seu modo.
Engana os pensamentos, apaga memórias, inventa outras, um desorientado!
Tenho pensando numa estratégia para driblar o movimento da mente; em vão.
Estratégia 2: é melhor me aliar ao tempo, alinhar. Porque aí não troco mais o tal do 6 por meia dúzia.
Nem meio dia por meia hora; nem transformo escada rolante em solidão.
A escada é legal porque é isso de tempo e espaço, até confunde. É tempo dentro de tempo, desalinhadamente alinhado.
Ali, o tempo acontece parado, como num tratado: — Vem que eu te espero!
— Não sei se ainda dá tempo.
— Ora! Aqui é promessa do tempo. Vem que ainda dá!
Pára, respira, pensa e vai. Sobe mais um degrau enquanto a escada se move.
Eu me arrisco a dizer que dá para pensar no que fazer, ainda dá.

E não, isso não é texto de auto-ajuda. É puro delírio rs

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Casa dentro

Caicó/RN
Subi dois lances de escada extensos. Parei, bebi um copo d'água, tomei fôlego. Voltei a subir.
De longe dava para enxergar o topo, um palácio.
Entrei e dei de cara com um soberano rei, entrelaçado a todo o resto. Irônico, insensível, fugaz.
Parece que controlava tudo não fosse o morador do andar de baixo...
Desci um lance de escada e as pequenas janelas nada pareciam mostrar. Engano meu.
Sua dimensão era inimaginável. Impressiona qualquer um. Quando fechadas, não fazem esconder nada. E, ligada as duas outras arestas, fazem perceber tudo com sensibilidade. É encantador.
No andar de baixo.. Ah o andar de baixo...
Tinha algo inquieto, pulsante, sutilmente inquieto, beirando à confusão.
Destemido também, não dá para negar.
Sensível a tudo, a qualquer movimento, sensação. Vive ali, nunca sai. Nunca dorme, nem relaxa. Relaxar seria o fim; trágico.
Bem no meio da escadaria, um emaranhado de fios, levando energia, trazendo, misturando.
E, aquele monte de quartos, inúmeros deles! Cada um guarda o que bem quiser; são vivos.
Eu me deparei com os mais tristes, sombrios. Quase não pude escapar.
Sorte foi ter encontrado um oposto.
O lugar é muito grande, exageradamente grande, embora não pareça. É vivo e muda o tempo todo. Pisque os olhos e muda o contexto. Pisque outra vez e tudo volta a ser como era antes.
Até certo tempo, não se podia perceber sua imensidão porque é contraditória.
Fora, é menor do que dentro. Mas fora, é sedutor.
Engana, encanta, domina, extrai. Nunca vi nada parecido; também nunca consegui ir para lá.
Não é medo, é destreza.
O mais difícil de caminhar dentro é não ter o endereço. Você precisa ter habilidade para saber onde quer chegar.
Fora não. Tudo tem rota, tem rastro, tem cheiro. É lindo!
... Mas, aquela escadaria não tem fim. Mas é uma escadaria e cansa como qualquer outra.
O rei soberano te faz ficar enquanto o inquieto pulsante te quer fora dali.
Irônico é que ele nunca sai dali... também porque morre.
De repente dentro seja mais seguro, mesmo que exista e não exista ao mesmo tempo.
Fora não. Tudo existe, de um jeito só. É pobre... nem tanto.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Linha guia

Eu tenho um defeito. Tem meu nome, meu formato e pesa duas vezes mais do que posso carregar.
Eu tenho um defeito. É inconveniente, mais ousado do que eu; responde por mim.
Eu tenho dois defeitos. Na verdade tenho três.
Eu tenho dois defeitos curáveis, quase imperceptíveis, não dá para ver se não souber me enxergar a alma.
Eu tenho um defeito. É massa cinzenta em cima da minha cabeça; embaraça as vistas, faz chorar.
Eu tenho dois defeitos bobos. Não ferem ninguém além de mim.
Mas, eu tenho um defeito. Grave, grande, grotesco, grosseiro; grita e corta. Sobrevive
Eu tenho dois ou três defeitos. Prisioneiros de mim desde sempre. Comem o meu juízo; todo ele.
Eu tenho um defeito. Foge, mas sempre volta. Morre, renasce, recria, reproduz; acaba?
Eu tenho um defeito só meu.