quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Diálogos de um homem sem irmão

Em um determinado ponto da conversa...

Muhammad: Eu sou romântico, dou flores!

Uuka: Pois é, mas mulher é um bicho ruim!  Tem as que usam o valor da flor como método de avaliação do seu salário e da relação...

Muhammad: Como assim?

Uuka: Se a flor for muito cara, ela vai montar em você.

Muhammad: Eu dou flores caras, mas minha roupa é barata!

Uuka: Pior ainda! Aí a garota vai pensar: "Ele se sacrifica por mim! Vai sempre tirar do dele para me dar"... rs

O segredo é dar flores depois dos 6 meses...

E existe o fator carro também. Tem as que entram em pânico para saber qual é a marca do seu carro quando você diz que vai buscá-las em casa.

Muhammad: E eu não sei?!?

Uuka: A não ser as vileiras, que já se dão por satisfeitas se você estiver de Nike...

Muhammad: Por isso estou investindo na vila!

Uuka: Mas o problema da vila é que vocês entrarão em conflito em algum estágio do relacionamento, porque o sonho delas se limita numa progressiva e um celular  dual chip.

Muhammad: Então tem de ser uma vileira com a cabeça das modernas bem cuidadas.

Uuka: Aí você corre o risco de ter uma vileira deslumbrada: pobre que se comporta como rica.

Muhammad:
E se for o contrário?

Uuka: Aí você terá uma "princesa" de berço metida a pobre, frequentadora de sessões de análise por ter problemas de comportamento.
Ah, e as ricas de corpo e alma vão te cobrar um cartão sem limite e passeios bimestrais na Europa...

Muhammad: Aí é osso! Mas, se eu procurar bem, mas bem mesmo, deve ter alguma que preste pra mim.

Uuka: Bom aí entra aquele lance do bordão das borboletas, que  serve de consolo pra mulher que vê problema em estar encalhada: o segredo não é correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você... hahaha

E sempre foi assim,  eu sem irmã por perto e o Mou sem irmão.
Dois pontos de vista, na maioria das vezes opostos, também porque nos sentimos resposáveis um pelo outro; também porque temos ideias claras sobre algumas coisas.
Na falta de contato, a consulta com outro é sempre bem vinda, sempre reveladora e não tão chocante quando, de fato, as coisas discutidas acontecem na vida real, sem Uuka ou Muhammad por perto...
A gente vai concluindo as coisas numa conversa pela manhã, enquanto almoçamos ou assistimos tv.
 Ele me fala sobre desenhos, letras feias e grafites coloridos. Eu comento sobre notícias chatas, críticas desnecessárias e maquiagem.
Numa dessas aprendo até que na brincadeira do STOP, posso usar "ciano" ao invés de "azul"... Enquanto ele aprende que hidrantante tem que passar no corpo inteiro e não só onde a roupa não cobre... rs
Na conversa com o sexo oposto você  vai do humor, ao bizarro, passando pela pornografia até para no Globo Esporte.
Outra curiosidade do "universo de barba" é que anos de amizade com alguém não implica em saber o nome dos pais da pessoa, por exemplo, ou pior, numa relação que envolva algum homem, não saber o nome do amigo, soa como algo absolutamente normal!
Você também corre o risco de ouvir coisas, aparentemente frias, como descobrir que numa relação que envolva algum homem, só se sabe o que é perguntado e só se pergunta o que se convem. Intuição ou sexto sentido é para criaturas que ovulam.
Um exemplo prático - trecho de conversa do meu irmão ao telefone

Muhammad:  E aí meu, você vai com a gente?

Fulano amigo: Nem vou, to malzão, terminei com minha namorada.

Muhammad: Ah, blz.. falou man! Vou lá.

E só?!?!?! Acabou a conversa! (uma mulher também se sentirá indignada, certamente!)
Enfim, não to aqui para defender nem um lado, nem outro,  até porque enxergando "masculinamente" algumas coisas podem e devem ser bem mais simples do que a gente imagina.
E aí vem a vantagem de ter um irmão do tipo parceiro...

Trilha: Red Hot Chili Peppers / Can't Stop

* Por favor, não considerem nossas conversas... rs